segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Papéis avulsos

Por: Janaina Silva – RA:151163

Um retrato
“Papéis avulsos” de Machado de Assis, narrado em terceira pessoa, a época promove a voz ou à vontade do homem sobre a mulher, mesmo que o marido tenha deixado-a para viver com outra para o Pará, ela se manteve e se aconselhava com o cônego.
Contradição entre parecer e ser entre a máscara e o desejo, entre a vida pública e os impulsos escuros da vida interior, desembocando sempre na fatal capitulação do sujeito à aparência dominante. Machado procura roer a substância do eu e do fato moral considerados em si mesmos; mas deixa nua a relação de dependência do mundo interior em face da conveniência do mais forte. É a combinação de desejo, interesse e valor social que fundamenta as estranhas teorias do comportamento expressa nos contos que compõem os “Papéis avulsos” de Machado de Assis, machadianos.
D. Benedita com suas feições de chamar a atenção e com a idade de 42 anos davam-lhe até 29 anos; era cortejada com segundas intenções é claro, mas ela não queria saber de ninguém. Talvez por ter sido abandonada por seu marido que era o Desembargador Proença; ele, ainda moço forte com seus 45 anos, foi para o Pará e lá vivia de amores com uma viúva e D. Benedita tem medo de embarcar, pois alguém veio uma noite lhe falar a respeito e ela sofreu, pensou em ir, mas, desistiu e deixou pra lá a idéia.
D. Benedita indecisa vai não vai, casa não casa; precisava de aprovação, consentimento de seu marido e apoio moral do cônego e por fim de seu genro para decidir o que iria fazer e, mesmo com a aprovação decidiu não ir atrás do marido no Pará e também não quis se casar novamente.
Em virtude desse abandono, ela se aconselhava com o cônego Roxo que incubiam-lhe de matrimônio para sua filha e na noite de seu aniversário era ele quem trinchava o peru da festa de D. Benedita e tocava piano naquelas ocasiões solenes.
Leandrinho, filho de D. Maria dos Anjos se interessou por Eulália filha de D. Benedita, mas a moça já tinha seu pretendente que era o oficial da marinha, 1º. Tenente Mascarenhas, que seria futuro almirante e a mãe de Eulália achou-o tão distinto que permitiu que fosse jantar em sua casa com sua família; ele pediu sua filha em casamento e tratou logo de escrever ao desembargador para a permissão do casamento e ele respondera que dava seu consentimento, acrescentando que lhe doía muito não poder vir assistir às bodas, por achar-se um tanto adoentado, mas abençoava de longe os filhos, e pedia o retrato do genro. Quinze dias depois do casamento, chegou a notícia do óbito do desembargador e D. Benedita dilacerada, depois de derramar suas lágrimas sendo uma esposa fidelíssima, quis erigir um túmulo ao marido.
O túmulo fez-se, mas D. Benedita não pode ir.
Passado um ano de sua viuvez apareceram vários pretendentes e ela não quis se casar novamente.

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