terça-feira, 12 de outubro de 2010

PAI CONTRA MÃE

Por: Elza Pereira Ferreira

No Conto Pai Contra mãe, Machado de Assis fala sobre a escravidão e o racismo.
Conta a história de Candido Neves, que tinha como ofício o resgate de escravos fugidos de seus senhores.
Candido casou-se com Clara, sobrinha de Dona Monica, que fora morar com eles após o casamento. Dona Monica os alertou que se tivessem um filho este morreria de fome, pois o oficio de Candinho não era como os outros, pois sua renda estava atrelado à recompensa paga pelo resgate de escravos. E com o tempo, os lucros começaram a cair, pois aumentou a concorrência de caçadores de escravos , e com isso diminuiu-se a o número de escravos fugidos.
A alerta de Dona Monica se tornou realidade, Candinho e Clara tiveram um filho, justamente nesta época, Clara costurava para fora para ajudar nas despesas de casa, o oficio de Candinho não mais lhe renderá lucros, foi aí que Dona Monica os sugeriu que entregassem o filho à Roda dos enjeitados, pois ali não morreria de fome. Candinho não aceitava esta idéia, pois não queria abandonar o filho homem que ele e a esposa tanto desejaram. Mas após serem despejados devido ao atraso no pagamento dos aluguéis, Candinho resolveu que ele mesmo levaria o filho à Rua dos Barbonos. Nesta ocasião, aproveitou para verificar a lista de escravos fugidos, e entre estes, viu numa mulata fugida  a possibilidade de não ter que entregar seu filho, pois era oferecido cem mil conto de réis para o resgaste da mesma. Quando caminhava com seu filho para a Rua dos Barbonos, viu um vulto de mulher, e que por sinal era a mulata fugida. Deixou seu filho numa farmácia e foi atrás da mulata. A mesma estava grávida, suplicou para que não a entregasse a seu senhor, porém Candinho não hesitou, amarrou seus pulsos com uma corda e a arrastou até  a casa do senhor. Neste momento, Candinho a entregou ao Senhor, que lhe pagou a recompensa. A mulata com medo e dor tentou lutar, e acabou abortando. Candinho assistiu a tudo. Como nada tinha mais a fazer naquele local, seguiu seu caminho. Voltou à farmácia e viu o farmacêutico sozinho.  Antes do farmacêutico lhe explicar que seu filho encontrava-se de dentro da casa com sua família, teve a mesma reação de fúria quando pegou a escrava fujona. A intensidade era a mesma, o que diferia é que esta era uma fúria de amor. Voltou com seu filho e com a recompensa para casa. Em casa, beijou o filho entre lágrimas. Agradeceu a fuga da mulata, oportunidade esta que trouxera seu filho de volta e nem se deu conta do aborto sofrido pela mesma, pois afinal, nem todas a crianças vingam.



RESENHA CRITICA

Pai contra mãe nos revela  o quão era difícil a vida dos negros no período da escravidão. Muitos fugiam por que apanhavam de seus senhores.  E quando isto acontecia, logo eram contratados caçadores para o resgaste dos mesmos. E esta recompensa era vista por muitos caçadores como oficio, e por conseqüência, meio de subsistência. Neste cenário, percebemos a luta desesperada de um pai e uma mãe para ficarem com seus filhos.  Ele, caçador de escravos endividado, despejado, que procura uma luz no fundo do túnel para não ter que entregar seu filho à Roda dos Enjeitados, por não ter condições de mantê-lo.  Ela, uma escrava grávida , que foge dos maus tratos do seu senhor para poder ter seu filho.
Este conto mostra as diferenças entre cor, sexo, e poder aquisitivo. Mostra que o negro é inferior ao branco; que a mulher é mais fraca fisicamente que o homem,  e que o dinheiro pode tudo.

MARIA CORA

Por: Elza Pereira Ferreira

Este conto nos retrata o romance vivido por Maria Cora, seu esposo João Fonseca e o celibatário Sr. Correia.

Maria Cora era apaixonada pelo marido, João Fonseca, que por sua vez, a traía com outras mulheres. Teve uma relacionamento fervoroso com Dolores, e abandonou Maria Cora.

Sr. Correia era celibatário e se afeiçoou pelos atributos de Maria Cora, começou a freqüentar sua casa. Nenhuma mulher lhe exercia tal fascínio como Cora. Resolveu então, escrever uma carta falando sobre suas intenções,  mas a resposta foi negativa,  por que Cora ainda se sentia uma mulher casada, mesmo estando separada.

Seu marido voltou após alguns meses, porque a amante o havia trocado por um redator de jornal. Cora o perdoara. Viveram felizes por alguns anos, até que novamente se envolveu com outras mulheres. Divergências políticas, ameaças, violências e mais um caso fervoroso com Prazeres, foram fatores definitivos para a separação do casal.

Após a separação, João Fonseca se alistou entre os revolucionários.

Sr. Correia se aproximou novamente de Cora, que novamente o repeliu dizendo que ainda era uma mulher casada. Este quis provar seu amor por ela. Se alistou também às forças armadas para matar seu marido. E realmente o fez e trouxe como prova, uma mecha de cabelos.

Terminada a Revolução, retornou e não comentou nada sobre o que havia acontecido. Cora estava de luto. Sr. Correia por meio de uma carta a pediu em casamento. E  a mesma lhe disse que seu marido podia não estar moroto. Foi quando Correia resolveu contar o acontecido e mostrar-lhe a prova. 

Dias depois, Cora respondeu á carta de Correia, recusando o pedido de casamento, pois não podia se casar com o homem que embora em combate matou seu marido.


RESENHA CRITICA



Maria Cora - Um romance marcado pela paixão excessiva de Cora por seu marido, e de Sr Correia por Cora.

Ela, a esposa fiel e apaixonada por um marido infiel e violento. Ele, o celibatário que esqueceu sua vocação por causa de um amor impossível.

Tanto Cora como Correia são personagens românticos, que amam e não são correspondidos. Ambos viveram intensamente esta paixão, ela a ponto de perdoar todas as traições do marido, ele, a ponto de matar o rival para ter o caminho livre para viver com sua amada.

O mais revoltante nesta história é que o vilão apesar de todo sofrimento que causara a Cora, se tornou o mocinho da história. E o mocinho que por amor, livrará sua amada deste vilão, se tornou o verdadeiro vilão da história.

Três tesouros perdidos

Por Bruna Albuquerque

Três tesouros perdidos contam a história do Senhor F que todos os dias chegam a sua casa e encontra um carro parado, mas o fato passa despercebido, pois o cansaço o abatia. Mas ao entrar em sua casa depara-se com seu amigo circulando desconfiado, fica muito furioso e começa uma grande discussão. Mas o Senhor F tem a brilhante idéia de oferecer um dinheiro para que aquele rapaz desaparecesse para sempre.
     No outro dia ao retornar a sua casa encontra um bilhete que sua esposa havia deixado, dizendo que tinha partido para o exterior e realizaria o seu grande sonho. Nesse exato momento o Senhor F percebeu que tinha perdido os três tesouros de sua vida: seu grande amigo, sua esposa e todas suas economias de vários anos. Assim ficou louco

Bagatela

Por Bruna Albuquerque

     Bagatela conta a história de um poeta apaixonado chamado Henrique, ele é apaixonado por uma moça chamada Gabriela, mas conhecida por Bagatela. Os dois eram totalmente apaixonados, mas algo muito forte atrapalhava o romance deles. O Sr. Max, um pintor que reproduzia lindas telas, e não aceitava o romance dos dois.
     Certo dia Sr. Max teve a idéia de forjar sua morte, escreveu uma carta que dizia que estava se suicidando e que Henrique e Bagatela não podiam ficar juntos.
     O tempo foi passando e Henrique e Bagatela foram percebendo que o amor entre eles era muito forte e decidiram se casar. Porém apareceu em suas vidas um senhor muito estranho e suspeito que sempre lhes dava conselhos e dizia que não era para eles ficarem juntos.
Passado o tempo o casal resolveu casar-se, e no dia do casamento aquele misterioso senhor estava presente na igreja e ali ficou sentado com uma tristeza muito grande. O casal casou-se e estavam muito felizes.
     Aquele senhor misterioso foi para casal muito entristecido e quando chegou a sua casa tirou suas roupas e o grande mistério foi revelado, ele era o Sr. Max que estava vivo, mas que a partir daquele momento não suportaria perder Bagatela, e dessa vez estava disposto a tirar a sua própria vida e acabar com todo aquele sofrimento. E assim o fez.  

A CHINELA TURCA

Por: Gilson Santana

O conto A chinela turca de Joaquim Maria Machado de Assis faz parte da coletânea Papéis Avulsos e conta o drama vivido pelo bacharel Duarte que havia acabado de compor o mais teso e correto laço de gravata que apareceu no ano de 1850, quando por mais de nove horas da noite anunciam-lhe a visita do major Lopo Alves. Duarte estremeceu, e tinha duas razões para isso. A primeira era ser o major, a segunda é que ele preparava-se para ir ver, em um baile, os mais finos cabelos loiros e os mais pensativos olhos azuis que este nosso clima, tão avaro deles, produzira. Datava de uma semana aquele namoro. Três dias depois, estava a caminho a primeira carta, e pelo jeito que levavam as coisas não era de admirar que, antes do fim do ano, estivessem ambos a caminho da igreja. Nestas circunstâncias, a chegada de Lopo Alves era uma verdadeira calamidade. Velho amigo da família, companheiro de seu pai no exército, era impossível despedi-lo ou tratá-lo com frieza. E o major era aparentado com Cecília, a moça dos olhos azuis. Duarte enfiou um chambre e dirigiu-se para a sala, onde Lopo Alves, com um rolo debaixo do braço e os olhos fitos no ar, parecia totalmente alheio à chegada do bacharel. Duarte questiona sobre a visita e responde que vai ao Rio Comprido, a uma festa na casa das Meneses. Lopo Alves dia que sua mulher e filhas já devem está lá, mas que ainda é cedo para Duarte sair, terá tempo de dançar se tiver ou se não tiver namorada. E começa a informar o motivo da visita, diz que escreveu um drama, que o serviço militar não conseguiu curar os achaques literários que tinha desde criança. Ao passo que Duarte disse que recomendaria o drama a alguns amigos. Mas na verdade, Lopo Alves deseja que o amigo leia e diga francamente o que pensa da peça, o que amargura Duarte pelo desejo que tem de ir a festa e encontrar-se com Cecília. O drama dividia-se em sete quadros. Esta indicação produziu um calafrio no ouvinte. Nada havia de novo naquelas cento e oitenta páginas, senão a letra do autor. Eram quase onze horas quando acabou a leitura do segundo quadro. Duarte mal podia conter a cólera; era já impossível ir ao Rio Comprido e, a leitura de um mau livro é capaz de produzir fenômenos ainda mais espantosos. E ele só pensava em Cecília. Voava o tempo, e o ouvinte já não sabia a conta dos quadros. Meia-noite soara desde muito; o baile estava perdido. De repente, viu Duarte que o major enrolava outra vez o manuscrito, erguia-se, empertigava-se, cravava nele uns olhos odientos e maus, e saía arrebatadamente do gabinete. Duarte quis chamá-lo, mas o pasmo tolhera-lhe a voz e os movimentos. Mal suspirou, quando o moleque veio anunciar-lhe a visita de um homem baixo e gordo. O que deixou Duarte mais irritado, porque não compreendia o motivo de uma visita àquela hora. Era um policial que acusava Duarte de um delito grave: a subtração de uma chinela turca, o que lhe pareceu ser um engano, tentou justificar, mas não adiantou, dentro de alguns segundos, viu entrar cinco homens armados, que lhe lançaram as mãos e o levaram, escada abaixo, sem embargo dos gritos que soltava e dos movimentos desesperados que fazia. Descobriu que os homens não eram da polícia e o levaram a uma casa ricamente ornada e deduziu que a metáfora da chinela era referente a Cecília. Um homem de uns 55 anos sentado a sua frente explicou que ele tinha razão, que teria que se casar, fazer um testamento e depois tomar veneno, o que ele rejeitou quando viu que a noiva, apesar de bela, não era Cecília, tomando o conselho do suposto padre, fugiu pela janela e livrou-se dos homens lá fora, indo parar depois de muita correria à casa de Lopo Alves que sentado ao ler o jornal, sente-se vingado e acompanha Duarte até a porta e que só consegue observar minutos depois que teve naquela noite um bom negócio e uma grave lição que o melhor drama está no espectador e não no palco.

Na arca: Três capítulos inéditos do Gênesis

Por: Gilson Santana

No conto “Na arca: Três capítulos inéditos do Gênesis”, escrito por Machado de Assis e que faz parte do livro Papéis Avulsos, escrito com estrutura que segue os padrões bíblicos de capítulo e versículos, encontra-se a história dos três filhos de Noé: Jafé, Sem e Cam, prestes a sair da arca conforme a promessa do Senhor. Estavam na arca Noé e a sua mulher, os filhos e suas respectivas esposas e um casal de cada espécie de animal, quando o patriarca anuncia que estão próximos de novamente descerem a terra, pois estavam fechadas as cataratas do céu e iriam viver no seio da paz e da concórdia. Os filhos de Noé se alegraram com as palavras do pai, que saiu e deixou-os a sós, indo para uma das câmaras da arca. Quando Jafé levantou-se e disse que teriam uma vida aprazível e que desfrutariam tudo que a natureza podia lhes dá. Acrescentou que seriam os únicos na terra que seria ela toda deles que foram poupados do castigo do Senhor a que os demais homens foram imposto. Então Sem vendo falar o irmão teve uma idéia que expôs, da voz de seu coração, dizendo que o pai tinha a sua família; cada um deles tinha a sua família; a terra é de sobra; podíamos viver em tendas separadas. Cada um de nós fará o que lhe parecer melhor: e plantará, caçará, ou lavrará a madeira, ou fiará o linho. Jafé concordou com a idéia e começaram a fazer a divisão das terras, com 200 côvados para cada um deles, o que Sem achou pouco e aumentou para 500 côvados para cada qual, e as terras de Jafé seriam separadas das de Sem por um rio, onde cada um ficaria com uma das margens, mas iniciou nova discursão sobre a quem pertenceria a corrente de águas, sugerindo a construção de um muro, mas a construção lesaria Jafé, o qual ficou insatisfeito com a divisão e começou uma confusão entre eles que preocupou Cam. Jafé fez referência a Caim e disse que retomariam o princípio se assim fosse necessário. Cam tentou amenizar a cólera do irmão e instaurar a concórdia, indo chamar as mulheres de ambos. Eles recusaram a conciliação dizendo que o caso era de direito e não de persuasão. Começaram longa briga motivados pela cólera que atacava a ambos, enquanto Cam foi em busca das suas mulheres para amenizar a situação, encontrou-as junto a Noé que veio com elas para instaurar a concórdia. Envergonhados, mas ainda movidos pela cólera, ouviram Noé que disse amaldiçoar aquele que o desobedecesse e que não haveria divisão de terras enquanto não chegassem a ela. E arca continuou a boiar sobre as águas do abismo.

domingo, 10 de outubro de 2010

Papéis Velhos

Papéis Velhos
Brotero é deputado de uma cidadezinha brasileira. Após algumas contrariedades ocorridas na câmara, decide renunciar ao cargo “em virtude dos seus princípios éticos”. Ao chegar em casa, decide reler alguns escritos guardados, relembrando momentos bons e tortuosos da vida. A principal passagem dessas lembraças foi um relacionamento intenso que teve com uma menina. Relata o princípio maravilhoso e o triste declínio do casal ocasionado por Vasconcelos, um grande amigo, no qual era amante de sua amada. Ao final, chega a conclusão de que não tem capacidade de sentir algo forte por nenhuma situação e pessoa. Esse seria o real motivo da decisão de abdicar a uma cadeira na câmara dos deputados. A desilusão amorosa esvaiu toda a esperança e amor pela existência do seu “eu”.

Thiago Saliba Monteiro - 4°NA - Letras - RA:150614

Choro de Xerxes

O Choro de Xerxes
O “Choro de Xerxes” é um conto machadiano, cujo faz alusão a obra Romeu e Julieta, de Shakespeare. Os personagens desta obra são: Romeu, Julieta e Frei Lourenço. O enredo se passa antes  do início do  casamento do famoso casal. Frei Lourenço propõe que a cerimônia seja realizada em alguma igreja, pois seria ruim abençoar algo tão peculiar em lugar aberto. O casal não concorda com a idéia e questiona o porquê de tal atitude. O Frei explica, profanando sobre as energias negativas que poderiam “pousar” neles. Cita, inclusive, uma lenda sobre Xerxes para tentar convencê-los. Vendo a insitencia na negativa, Lourenço se convence em fazer o ritual ali mesmo. Com isso, Machado propõe uma causa pelo final do trágico do casal. É um conto bem simples, porém carregado de metáforas e termos poéticos envolventes.

Thiago Saliba Monteiro - 4°NA - Letras - RA:150614

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Ex Cathedra

Por: Germana M. da S. Coelho  RA: 154070 

          Esse conto, de Machado de Assis, apresenta as seguintes personagens: Sr. Fulgêncio, Caetaninha e Raimundo.
         O narrador não participa da história, observando-se assim uma visão de fora dos acontecimentos.
          Fulgêncio é um velho senhor viúvo e rico que mora em uma mansão na Tijuca, RJ. Ele passa todo o seu tempo lendo e estudando, por isso, fica horas trancado em seu escritório. Não tinha preferência por determinado tipo de leitura e, embora fosse graduado em Direito, gostava de ler sobre todos os assuntos: matemática, filosofia, etc.
         Caetaninha era a afilhada de Fulgêncio; foi educada por ele e aprendeu a ler. a escrever, a falar francês, etc. A menina era feliz, pois não lhe faltava nada, mas, como já estava com quatorze anos, havia perdido o interesse pelas bonecas e brinquedos e sentia-se só, embora tivesse sempre uma mucama por perto.
         Certo dia, bateu à porta da mansão um moço bem jovem (quinze anos) cujo nome era Raimundo. Ele era sobrinho de Fulgêncio e foi morar com o tio após a morte de seu pai.
         Os jovens ficaram amigos e passavam a maior parte do tempo juntos; brincavam, jogavam cartas e cuidavam das aves e das plantas da casa. A moça tornou-se mais vaidosa e passou a usar rosas em seus cabelos.
        Ao observá-los juntos, Fulgêncio teve a ideia de casá-los, mas achava que eles eram muito imaturos e, por isso, decidiu ensiná-los e prepará-los para o futuro. As lições de Fulêncio eram regulares e os jovens já haviam aprendido sobre o universo, a definição da vida e a existência do homem.
         Os jovens se esforçavam para escutá-lo e prestar atenção nas suas aulas, mas era muito difícil para eles, pois tudo os distraía: tanto um casal de borboletas voando uma atrás da outra como o olhar de um que cruzava com o do outro.
        Certo dia, o senhor Fulgêncio, que se julgava um catedrático, ou seja, uma pessoa com formação intelectual suficiente para ser um professor, teve uma surpresa: seu sobrinho e sua afilhada não precisavam de aulas para aprender a se amarem. 
        

Manuscrito de um sacristão

Por: Germana M. da S. Coelho  RA: 154070 

Esse conto, de Machado de Assis, apresenta as seguintes personagens: o sacristão, o padre Teófilo e Eulália.
         O sacristão, além de ser uma personagem, é também o narrador da história. É ele quem apresenta todos os outros personagens ao leitor: suas características físicas e psicológicas e também narra todos os acontecimentos. Ele se apresenta como um ex-seminarista e conhecedor dos assuntos eclesiásticos. Não se tornou padre devido a uma paixão violenta que, segundo suas palavras, “o levou à miséria”.
        Graças à sua simpatia pela religião, decidiu ganhar a vida como sacristão aos trinta anos. Foi colega de seminário do padre Teófilo e se auto definia como um “filósofo sacristão”. 
         O Padre Teófilo pertencia à uma família cuja tradição era a de que, a cada geração, um dos homens fosse padre e, por isso, ele também tinha um tio mais velho que era cônego. Ele era primo de Eulália, mas os dois não se viam desde a infância, quando a família dela mudou-se da cidade de Vassouras, onde nasceram, e foi para a Corte. O sacerdote era um bom padre, segundo seu “amigo” sacristão, porém, toda a sua devoção encontrava uma barreira na dificuldade com a retórica.
        Eulália estava com trinta e oito anos no momento em que a narrativa acontece e ainda era muito bonita. Durante toda a sua vida, rejeitou vários casamentos. No começo, sua mãe achou isso normal, mas depois estranhou o fato de sua filha não se interessar por ninguém.  A mãe da jovem se preocupava porque temia morrer e deixar a filha só. Eulália não explicava o motivo de recusar tantos pretendentes e sua mãe dizia-lhe que esperar uma grande paixão seria arriscar-se demais.
        Depois de muitos anos, os primos se reencontraram no dia em que Eulália mandou celebrar um missa por ocasião da data de um ano de falecimento de sua mãe. Esse encontro foi muito marcante para os dois, pois despertou muitos sentimentos guardados em suas almas. Eles se sentiram vivendo um conflito com as suas respectivas realidades. O padre havia gastado a sua mocidade divulgando concepções religiosas em que acreditava, mas que não conseguia transmitir aos outros. Além disso, seus amigos de seminário ascendiam em suas carreiras eclesiásticas e ele não. Quanto à Eulália, passou sua vida procurando ou, melhor dizendo, esperando uma grande paixão que não chegou.
        O Padre iniciou visitas freqüentes à casa da prima, sempre acompanhando pelo sacristão que se aproveitava da situação para comer bem lá.
        Certo dia, os primos que se amavam recuaram em seus desejos, tomados pelo medo que os envolvia. O padre voltou para a roça onde morara por muitos anos e Eulália, após achar o marido de seus sonhos, percebeu que a vida que sonhara era impossível.
        O sacristão continuou visitando a moça e se alimentando de seus quitutes.
        Machado de Assis aproveita-se de sua personagem, o sacristão, que participa da história como narrador (visão de dentro) para traçar um perfil psicológico do comportamento de suas personagens, reproduzindo as características do Realismo Brasileiro.

Virginius

Por: Heliade Stirbolo

    Virginius transcorre no período das festas de São João de um ano não encontrado da década de 1850. O narrador recebe um bilhete pelo correio, o bilhete é de autoria desconhecida, trata-se de um convite: o advogado que narra a história é chamado para defender um tal de Julião, réu de um processo numa vila distante a alguns dias de viajem do Rio de Janeiro. A curiosidade do advogado é mais forte que a desconfiança em relação à letra anônima , se consolida em solução definitiva: um romance daquele misterioso e anônimo bilhete. Na vila ,ao amigo que hospeda o narrador enuncia: “ creio que há um romance para desvendar”. E o amigo reconhece a letra do bilhete. O autor do bilhete e do pedido é o velho Pio, um fazendeiro cortês, mediador de conflitos ,generoso na convivência com seus escravos.
   Quando é informado de antemão pelo amigo de que o réu Julião ,um dos protegidos da fazenda de Pio, é inocente o advogado ,leitor de um romance atrás do outro ,tem sua curiosidade “excitada ao último ponto

                           Os autos não me tinham tirado o gosto pelas novelas ,e eu achava-me                                                        feliz por tem encontrado no meio da judiciária , de que andava cercado ,  um assunto digno da pena de um escritos                                                                                   
                             
    Depois da visita a fazenda de Pio , o advogado se dirige à cadeia da vila para interrogar Julião. Julião fala sobre as afeições de infância entre sua filha , Elisa , órfã de mãe , e Carlos filho do Pio , e sobre como Carlos se afasta da fazenda para estudar e volta bacharel. O Carlos que volta não é o mesmo de antes , e suas condutas ,atividades e preferências todas fora de qualquer contato com os livros ,arruínam as expectativas de sua pai.  Segue a narrativa do advogado:
                            O que o magoava sobre tudo é que o filho bacharel não buscasse os livros, onde pudesse ,procurando novos conhecimentos , entreter uma necessidade indispensável para o gênero da vida que ia encertar. Carlos não tinha mais uma ocupação e uma distração: a caça. Levava dias e dias a correr o mato em busca de animais para matar, e nisso fazia consistir todos os cuidados, todos os pensamentos, todos os estudos.
    Certo dia Julião flagra a filha chorando e ,por insistência obtém dela a confissão de que Carlos dizendo-se apaixonado , está tentando seduzi-la com certa brutalidade apreensivo com as más intenções de Carlos ,Julião faz ele prometer que deixará Elisa em paz. Quinze dias depois , Julião chega em casa e encontra Carlos , e Carlos está em última analise violentando Elisa .Os capangas de Carlos amarram Julião , mesmo amarrado o pai mata a filha com duas facadas no peito , para salva-la da desonra.
   O advogado sai da cadeia alvoroçado: Não era romance ,era tragédia o que acabava de ouvir .
   No julgamento, com a defesa convicta do advogado , com o apoio moral e financeiro de Pio e com os jurados que tinham ouvido a lei ,e, igualmente ,talvez , o coração Julião é condenado a moderados dez anos de prisão. A história se fecha com o castigo ; Pio inflige ao filho que desprezou os livros uma rotina tanto punitiva.
    Carlos agora e soldado.
      Julião ,tendo já cumprido sua sentença vive na fazenda de Pio, Pio não quis que ele voltasse ao local onde ocorreu os fatos, e faz residir perto de si.O velho fazendeiro que recolheu as cinzas de Elisa em uma urna, onde ambos oram todas as semanas, na fazenda fala-se sempre de Elisa nunca de Carlos , Pio e o primeiro a não magoar o coração de Julião com as lembranças daquilo que o levou a matar sua filha.

O País das Quimeras.

Por: Heliade Stirbolo

A historia conta de um jovem com seus 20 anos apaixonado  e que para sobreviver necessita vender suas poesias.
  Suas poesias falavam de amores leais e pudicos ,nos importunos amorosos e amores contrários à tragédias e asneiras esse era o espírito do poeta , o que não agradava.
   Assim o jovem tem uma visão e viaja para o céu.
   O conto trata de uma viagem feita pelo poeta ao País da Quimera, onde foi conduzido por uma fada que voava e o levava para conhecer o país.
   Em sua chegada depara-se com o Rei onde é apresentado como filho da terra.
  Começa então uma sátira ,onde escrita em terceira pessoa ,que de certo modo alegorizava os maus costumes do país revelados ao poeta por meio de uma viagem maravilhosa ,na qual ele observa o apego às fantasias como fuga e compensação da dura realidade:o culto da aparência ,a vaidade ,a moda ,as formalidades, as exterioridades ,o fumo ,a irrelevância intelectual dos filósofos etc.O conto “Uma Excursão Milagrosa” é readaptação desse texto

A TEORIA DO MEDALHÃO

Por: Francisco Heraldo B. Felipe

Ao termino do jantar de aniversário de seu filho que completa 21 anos e atinge a maioridade, o pai começa uma conversa falando que na vida uns são conhecidos (e reconhecidos), ficando a maioria como anônimos. Nesta conversa o pai fala ao filho que vai lhe ensinar uma profissão para recompensar o esforço durante a vida, caso as outras profissões não dessem certo.
Durante a conversa o pai explica ao filho o ofício de medalhão, e o aconselha, a moderar os impulsos, para que aos quarenta e cinco anos, a idade em que o pai diz que o medalhão se manifesta (alguns com mais e outros com menos), nele se manifeste também.    O pai diz que na carreira de medalhão, deve se abster de ter idéias, não tendo idéias próprias, e que com a chegada idade pode acontecer delas começarem a surgir, mas que ele pode evita-las jogando bilhar, lendo retóricas, realizando passeios na rua, desde que seja acompanhado para que a solidão não dê margem a idéias e diz ainda que o medalhão pode ir também a uma livraria, para contar uma piada, um caso, um assassinato, mas não para realizar uma leitura, caso a pessoa realize essas tarefas pode em até dois anos reduzir bastante o intelecto.
O pai segue dizendo ao filho que ele evite enfeitar sua fala e escrita, mas que sempre use frases feitas para evitar problemas. O filho revela ao pai que não gosta de processos modernos, o pai por sua vez responde que acha louvável que se fale sobre a modernidade, mas que condena quem a aplica.
É revelado pelo pai que caso o medalhão escreva um tratado cientifico que este o divulgue em um jantar convidando a impressa e pessoas influentes para que a noticia se espalhe, pois a conseqüência disso é que com o tempo tornar-se conhecido e passar ele então a ser chamado para festas e virá a ser uma figura indispensável nelas.
O filho, indaga ao pai, se não deve ter nenhuma imaginação ou filosofia, o pai por sua vez responde que não, mas que deve se saber falar sobre "filosofia da história", mas não sabê-la, devendo-se fugir a tudo que leve à reflexão.
Vendo que já é meia noite, o pai pede ao filho para que vá dormir e pense bem no que foi conversado.



O ALIENISTA

Por: Francisco Heraldo B. Felipe

Simão Bacamarte é um medico que decide se aprofundar no campo da psiquiatria e iniciar um estudo sobre a loucura e seus graus, para isso funda na cidade de Itaguaí um hospício, a Casa Verde como era conhecida por todos, no qual passa a internar todas as pessoas da cidade que ele julgue loucas: o vaidoso, o bajulador, a supersticiosa, a indecisa etc; no inicio todos da cidade aplaudiam o Alienista, mas com o passar dos dias essa admiração tornou-se medo, pois em pouco tempo mais da metade dos habitantes da cidade estavam em tratamento na Casa Verde, incluindo a esposa do Alienista, Dona Evaristada, que indecisa entre ir a uma festa com um colar de granada ou o de safira foi considerada por ele como enferma e não escapou.
Os exageros de Simão Bacamarte ocasionaram um motim popular, a rebelião das canjicas, liderados pelo ambicioso barbeiro Porfírio, que acaba vitorioso, mas que em seguida compreende a necessidade da Casa Verde e alia-se a Simão Bacamarte, no entanto, uma intervenção militar põe fim a revolta e devolve o comando da cidade a suas antigas autoridades.
Após este acontecimento, Simão Bacamarte chega á conclusão de que quatro quintos da população internada eram casos a serem repensados, e inverte o critério de reclusão psiquiátrico e recolhendo a minoria eu até então era considerada sã: os simples, os leais, os desprendidos e os sinceros, iniciando–se um novo período de medo entre a população de Itaguaí. Com o desenrolar deste novo conceito de pesquisa sobre a loucura, o Alienista começou a internar novamente aquelas pessoas que já haviam sido internadadas antes, por elas simplesmente agirem de forma consciente, como veio a acontecer com o barbeiro Porfírio, que ainda guardando ás marcas da primeira internação e do motivo pelo qual ela veio a acontecer, recusou-se a realizar novo levante contra Simão Bacamarte.
Por fim, o Alienista começa a desconfiar que ele não havia curado ninguém, que os pacientes só haviam revelado um desequilíbrio que já possuíam anteriormente, e continuando sua analise percebeu que ele próprio era o único lúcido e por isso deu alta a todos os moradores da casa verde e internou-se no casarão, tornando-se médico e paciente, veio a morrer depois de alguns meses.

ANEDOTA DO CABRIOLET

Por: Cristiana Angelica

Cabriolet está aí, sim, senhor, dizia o preto que viera à matriz de S. José chamar o vigário para sacramentar dois moribundos.

A geração de hoje não viu a entrada e a saída do cabriolet no Rio de Janeiro. Também não saberá do tempo em que o cab e o tilbury vieram para o rol dos nossos veículos de praça ou particulares. O cab durou pouco. O tilbury, anterior aos dois, promete ir à destruição da cidade. Quando esta acabar e entrarem os cavadores de ruínas, achar-se-á um parado, com o cavalo e o cocheiro em ossos, esperando o freguês do costume. A paciência será a mesma de hoje, por mais que chova, a melancolia maior, como quer que brilhe o sol, porque juntará a própria atual à do espectro dos tempos. O arqueólogo dirá coisas raras sobre os três esqueletos. O cabriolet não teve história; deixou apenas a anedota que vou dizer.

— Dois! exclamou o sacristão.

— Sim, senhor, dois; nhã Anunciada e nhô Pedrinho. Coitado de nhô Pedrinho! E nhã Anunciada, coitada! continuou o preto a gemer, andando de um lado para outro, aflito, fora de si.

Alguém que leia isto com a alma turva de dúvidas, é natural que pergunte se o preto sentia deveras, ou se queria picar a curiosidade do coadjutor e do sacristão. Eu estou que tudo se pode combinar neste mundo, como no outro. Creio que ele sentia deveras; não descreio que ansiasse por dizer alguma história terrível. Em todo caso, nem o coadjutor nem o sacristão lhe perguntavam nada.

Não é que o sacristão não fosse curioso. Em verdade, pouco mais era que isso. Trazia a paróquia de cor; sabia os nomes às devotas, a vida delas, a dos maridos e a dos pais, as prendas e os recursos de cada uma, e o que comiam, e o que bebiam, e o que diziam, os vestidos e as virtudes, os dotes das solteiras, o comportamento das casadas, as saudades das viúvas. Pesquisava tudo; nos intervalos ajudava a missa e o resto. Chamava-se João das Mercês, homem quarentão, pouca barba e grisalho, magro e meão.

“Que Pedrinho e que Anunciada serão esses?” dizia consigo, acompanhando o coadjutor.

Embora ardesse por sabê-los, a presença do coadjutor impediria qualquer pergunta. Este ia tão calado e pio, caminhando para a porta da igreja, que era força mostrar o mesmo silêncio e piedade que ele. Assim foram andando. O cabriolet esperava-os; o cocheiro desbarretou-se, os vizinhos e alguns passantes ajoelharam-se, enquanto o padre e o sacristão entravam e o veículo enfiava pela Rua da Misericórdia. O preto desandou o caminho a passo largo.

Que andem burros e pessoas na rua, e as nuvens no céu, se as há, e os pensamentos nas cabeças, se os têm. A do sacristão tinha-os vários e confusos. Não era acerca do Nosso-Pai, embora soubesse adorá-lo, nem da água benta e do hissope que levava; também não era acerca da hora, — oito e quarto da noite, — aliás, o céu estava claro e a lua ia aparecendo. O próprio cabriolet, que era novo na terra, e substituía neste caso a sege, esse mesmo veículo não ocupava o cérebro todo de João das Mercês, a não ser na parte que pegava com nhô Pedrinho e nhã Anunciada.

“Há de ser gente nova, ia pensando o sacristão, mas hóspede em alguma casa, decerto, porque não há casa vazia na praia, e o número é da do Comendador Brito. Parentes, serão? Que parentes, se nunca ouvi...? Amigos, não sei; conhecidos, talvez, simples conhecidos. Mas então mandariam cabriolet? Este mesmo preto é novo na casa; há de ser escravo de um dos moribundos, ou de ambos.”

Era assim que João das Mercês ia cogitando, e não foi por muito tempo. O cabriolet parou à porta de um sobrado, justamente a casa do Comendador Brito, José Martins de Brito. Já havia algumas pessoas embaixo com velas, o padre e o sacristão apearam-se e subiram a escada, acompanhados do comendador. A esposa deste, no patamar, beijou o anel ao padre. Gente grande, crianças, escravos, um burburinho surdo, meia claridade, e os dois moribundos à espera, cada um no seu quarto, ao fundo.

Tudo se passou, como é de uso e regra, em tais ocasiões. Nhô Pedrinho foi absolvido e ungido, nhã Anunciada também, e o coadjutor despediu-se da casa para tornar à matriz com o sacristão. Este não se despediu do comendador sem lhe perguntar ao ouvido se os dois eram parentes seus. Não, não eram parentes, respondeu Brito; eram amigos de um sobrinho que vivia em Campinas; uma história terrível... Os olhos de João das Mercês escutaram arregaladamente estas duas palavras, e disseram, sem falar, que viriam ouvir o resto — talvez naquela mesma noite. Tudo foi rápido, porque o padre descia a escada, era força ir com ele.

Foi tão curta a moda do cabriolet que este provavelmente não levou outro padre a moribundos. Ficou-lhe a anedota, que vou acabar já, tão escassa foi ela, uma anedota de nada. Não importa. Qualquer que fosse o tamanho ou a importância, era sempre uma fatia de vida para o sacristão, que ajudou o padre a guardar o pão sagrado, a despir a sobrepeliz, e a fazer tudo mais, antes de se despedir e sair. Saiu, enfim, a pé, rua acima, praia fora, até parar à porta do comendador.

Em caminho foi evocando toda a vida daquele homem, antes e depois da comenda. Compôs o negócio, que era fornecimento de navios, creio eu, a família, as festas dadas, os cargos paroquiais, comerciais e eleitorais, e daqui aos boatos e anedotas não houve mais que um passo ou dois. A grande memória de João das Mercês guardava todas as coisas, máximas e mínimas, com tal nitidez que pareciam da véspera, e tão completas que nem o próprio objeto delas era capaz de as repetir iguais. Sabia-as como o padre-nosso, isto é, sem pensar nas palavras; ele rezava tal qual comia, mastigando a oração, que lhe saía dos queixos sem sentir. Se a regra mandasse rezar três dúzias de padre-nossos seguidamente, João das Mercês os diria sem contar. Tal era com as vidas alheias; amava sabê-las, pesquisava-as, decorava-as, e nunca mais lhe saíam da memória.

Na paróquia todos lhe queriam bem, porque ele não enredava nem maldizia. Tinha o amor da arte pela arte. Muita vez nem era preciso perguntar nada. José dizia-lhe a vida de Antônio e Antônio a de José. O que ele fazia era ratificar ou retificar um com outro, e os dois com Sancho, Sancho com Martinho, e vice-versa, todos com todos. Assim é que enchia as horas vagas, que eram muitas. Alguma vez, à própria missa, recordava uma anedota da véspera, e, a princípio, pedia perdão a Deus; deixou de lho pedir quando refletiu que não falhava uma só palavra ou gesto do santo sacrifício, tão consubstanciados os trazia em si. A anedota, que então revivia por instantes, era como a andorinha que atravessa uma paisagem. A paisagem fica sendo a mesma, e a água, se há água, murmura o mesmo som. Esta comparação, que era dele, valia mais do que ele pensava, porque a andorinha, ainda voando, faz parte da paisagem, e a anedota fazia nele parte da pessoa; era um dos seus atos de viver.

Quando chegou à casa do comendador, tinha desfiado o rosário da vida deste, e entrou com o pé direito para não sair mal. Não pensou em sair cedo, por mais aflita que fosse a ocasião, e nisto a fortuna o ajudou. Brito estava na sala da frente, em conversa com a mulher, quando lhe vieram dizer que João das Mercês perguntava pelo estado dos moribundos. A esposa retirou-se da sala, o sacristão entrou pedindo desculpas e dizendo que era por pouco tempo; ia passando e lembrara-se de saber se os enfermos tinham ido para o céu, — ou se ainda eram deste mundo. Tudo o que dissesse respeito ao comendador seria ouvido por ele com interesse.

— Não morreram, nem sei se escaparão; quando menos, ela creio que morrerá, concluiu Brito.

— Parecem bem mal.

— Ela, principalmente; também é a que mais padece da febre. A febre os pegou aqui em nossa casa, logo que chegaram de Campinas, há dias.

— Já estavam aqui? perguntou o sacristão, pasmado de o não saber.

— Já; chegaram há quinze dias, — ou quatorze. Vieram com o meu sobrinho Carlos e aqui apanharam a doença...

Brito interrompeu o que ia dizendo; assim pareceu ao sacristão, que pôs no semblante toda a expressão de pessoa que espera o resto. Entretanto, como o outro estivesse a morder os beiços e a olhar para as paredes, não viu o gesto de espera, e ambos se detiveram calados. Brito acabou andando ao longo da sala, enquanto João das Mercês dizia consigo que havia alguma coisa mais que febre. A primeira idéia que lhe acudiu foi se os médicos teriam errado na doença ou no remédio; também pensou que podia ser outro mal escondido, a que deram o nome de febre para encobrir a verdade. Ia acompanhando com os olhos o comendador, enquanto este andava e desandava a sala toda, apagando os passos para não aborrecer mais os que estavam dentro. De lá vinha algum murmúrio de conversação, chamado, recado, porta que se abria ou fechava. Tudo isso era coisa nenhuma para quem tivesse outro cuidado; mas o nosso sacristão já agora não tinha mais que saber o que não sabia. Quando menos, a família dos enfermos, a posição, o atual estado, alguma página da vida deles, tudo era conhecer algo, por mais arredado que fosse da paróquia.

— Ah! exclamou Brito estacando o passo.

Parecia haver nele o desejo impaciente de referir um caso, — a “história terrível”, que anunciara ao sacristão, pouco antes; mas nem este ousava pedi-la nem aquele dizê-la, e o comendador pegou a andar outra vez.

João das Mercês sentou-se. Viu bem que em tal situação cumpria despedir-se com boas palavras de esperança ou de conforto, e voltar no dia seguinte; preferiu sentar-se e aguardar. Não viu na cara do outro nenhum sinal de reprovação do seu gesto; ao contrário, ele parou defronte e suspirou com grande cansaço.

— Triste, sim, triste, concordou João das Mercês. Boas pessoas, não?

— Iam casar.

— Casar? Noivos um do outro?

Brito confirmou de cabeça. A nota era melancólica, mas não havia sinal da história terrível anunciada, e o sacristão esperou por ela. Observou consigo que era a primeira vez que ouvia alguma coisa de gente que absolutamente não conhecia. As caras, vistas há pouco, eram o único sinal dessas pessoas. Nem por isso se sentia menos curioso. Iam casar... Podia ser que a história terrível fosse isso mesmo. Em verdade, atacados de um mal na véspera de um bem, o mal devia ser terrível. Noivos e moribundos...

Vieram trazer recado ao dono da casa; este pediu licença ao sacristão, tão depressa que nem deu tempo a que ele se despedisse e saísse. Correu para dentro, e lá ficou cinqüenta minutos. Ao cabo, chegou à sala um pranto sufocado; logo após, tornou o comendador.

— Que lhe dizia eu, há pouco? Quando menos, ela ia morrer; morreu.

Brito disse isto sem lágrimas e quase sem tristeza. Conhecia a defunta de pouco tempo. As lágrimas, segundo referiu, eram do sobrinho de Campinas e de uma parenta da defunta, que morava em Mata-porcos. Daí a supor que o sobrinho do comendador gostasse da noiva do moribundo foi um instante para o sacristão, mas não se lhe pegou a idéia por muito tempo; não era forçoso, e depois se ele próprio os acompanhara... Talvez fosse padrinho de casamento. Quis saber, e era natural, — o nome da defunta. O dono da casa, — ou por não querer dar-lho, — ou porque outra idéia lhe tomasse agora a cabeça, — não declarou o nome da noiva, nem do noivo. Ambas as causas seriam.

— Iam casar...

— Deus a receberá em sua santa guarda, e a ele também, se vier a expirar, disse o sacristão cheio de melancolia.

E esta palavra bastou a arrancar metade do segredo que parece ansiava por sair da boca do fornecedor de navios. Quando João das Mercês lhe viu a expressão dos olhos, o gesto com que o levou à janela, e o pedido que lhe fez de jurar, — jurou por todas as almas dos seus que ouviria e calaria tudo. Nem era homem de assoalhar as confidências alheias, mormente as de pessoas gradas e honradas, como era o comendador. Ao que este se deu por satisfeito e animado, e então lhe confiou a primeira metade do segredo, a qual era que os dois noivos, criados juntos, vinham casar aqui quando souberam, pela parenta de Mata-porcos, uma notícia abominável...

— E foi...? precipitou-se em dizer João das Mercês, sentindo alguma hesitação no comendador.

— Que eram irmãos.

— Irmãos como? Irmãos de verdade?

— De verdade; irmãos por parte de mãe. O pai é que não era o mesmo. A parenta não lhes disse tudo nem claro, mas jurou que era assim, e eles ficaram fulminados durante um dia ou mais...

João das Mercês não ficou menos espantado que eles; dispôs-se a não sair dali sem saber o resto. Ouviu dez horas, ouviria todas as demais da noite, velaria o cadáver de um ou de ambos, uma vez que pudesse juntar mais esta página às outras da paróquia, embora não fosse da paróquia.

— E vamos, vamos, foi então que a febre os tomou...?

Brito cerrou os dentes para não dizer mais nada. Como, porém, o viessem chamar de dentro, acudiu depressa, e meia hora depois estava de volta, com a nova do segundo passamento. O choro, agora mais fraco, posto que mais esperado, não havendo já de quem o esconder, trouxera a notícia ao sacristão.

— Lá se foi o outro, o irmão, o noivo... Que Deus lhes perdoe! Saiba agora tudo, meu amigo. Saiba que eles se queriam tanto que, alguns dias depois de conhecido o impedimento natural e canônico do consórcio, pegaram de si e, fiados em serem apenas meios irmãos e não irmãos inteiros, meteram-se em um cabriolet e fugiram de casa. Dado logo o alarma, alcançamos pegar o cabriolet em caminho da Cidade Nova, e eles ficaram tão pungidos e vexados da captura que adoeceram de febre e acabam de morrer.

Não se pode escrever o que sentiu o sacristão, ouvindo-lhe este caso. Guardou-o por algum tempo, com dificuldade. Soube os nomes das pessoas pelo obituário dos jornais, e combinou as circunstâncias ouvidas ao comendador com outras. Enfim, sem se ter por indiscreto, espalhou a história, só com esconder os nomes e contá-la a um amigo, que a passou a outro, este a outros, e todos a todos. Fez mais; meteu-se-lhe em cabeça que o cabriolet da fuga podia ser o mesmo dos últimos sacramentos; foi à cocheira, conversou familiarmente com um empregado, e descobriu que sim. Donde veio chamar-se a esta página a “anedota do cabriolet”.

Frei Simão

Por: Cristiana Angelica

Num monastério antigo morria com a idade de 38 anos, mas aparentando 50 anos Frei Simão. Calado e taciturno, ranzinza e solitário morrera de uma doença grave.
Vivera seus últimos 5 anos em completa clausura, apenas saindo dali para se alimentar ou ir ao banheiro.Antes de morrer, o bispo chefe foi ouvir sua confissão e escutou apenas poucas palavras que aterrorizaram: "Morro odiando toda a humanidade! O pobre bispo não sabia o que dizer disto e a dúvida de todos somente foi esclarecida quando achou-se um rolo de papel em que ele narrava suas desventuras.
Pelo rolo soube-se que ele era filho de um casal de comerciantes prósperos e sempre foi temente ao pai.Possuía uma irmã de criação, Helena. Menina linda, meiga e delicada havia ficado órfã muito cedo e foi criada pelo padrinho.Foi bem recebida em casa, alimentada e educada.Tornou-se a irmã do Frei.Mas quando cresceram ambos, se apaixonaram, mas a paixão não foi aceita pelo pai. Ele tinha interesse em casar o filho com uma moça rica, por causa do dote. Escreveu a um sócio, que morava longe e mandou o filho para lá. Só que o filho não sabia que era para separá-los.Os meses se passaram e os amantes começaram a se escrever e declarando seu amor. Não tardou, o pai descobriu e proibiu as cartas.Por fim casou Helena com um agricultor que morava noutro condado e escreveu ao filho dizendo que ela contraíra uma moléstia e morrera.Era para ele voltar.Simão não voltou, entrou para o serviço religioso e tornou-se Frei Simão. Formado, foi convocado pelo bispo a pregar em outro lugar, mas antes passou pela casa do pai para revê-los, já que era caminho. Contou aos pais onde ia e seus pais desesperados não queriam que ele lá fosse.Mas ele foi.
Lá chegando, o povo o aguardava na velha igreja, pois sua fama como orador era muito grande..Começou a pregar.Logo chegou um casal de agricultores e veio sentar-se na frente para entende-lo melhor.O homem prestativo, a mulher de uma melancolia impressionante.De repente um grito é ouvido e a mulher cai desmaiada.O sermão é interrompido, todos observam a cena.O padre reconhece Helena, que não morrera e sim casara com outro, forçada pelo pai.Em choque Helena morre alguns dias depois para desespero de seu marido que a amava muito. Simão enterra-se no convento e não sai mais.Enlouquece.Tempos depois, um velho miserável pede ao abade superior para morrer no convento.Pede perdão ao filho, Simão.A mãe morrera algum tempo antes.
Dizem que o velho também enlouquecera e logo depois morreu.Simão teve o mesmo fim.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A Segunda Vida

Cíntia de Cassia Barone Piano   RA 154161

O conto A Segunda Vida trata-se da história de um certo José Maria que, após sua morte, procura o Monsenhor Caldas alegando ter passado por outras vidas. O Monsenhor percebe que é um maluco e manda um serviçal chamar a polícia. Enquanto isso vai distraindo o visitante. Ele alega que falecera no dia 20 de março de 1860, quando tinha 68 anos. Como era a milésima alma de uma seqüência, foi premiado com o retorno à Terra. Narra sua juventude e sobre um amor de uma mulher, Clemência, o qual se apaixonou e quase pôs fim a sua vida por alguns problemas, mas não o fez e tendo mais tarde um encontro com o Diabo.
São dois contos que exprimem o amor, o desespero em forma de querer acabar com a própria vida, ou seja, Machado nos faz viajar pelos contos e a imaginar estas pessoas, um como um amor arrebatador que acaba por não se concluir, o outro por um homem que ressalta ter morrido e voltado para uma nova vida e que também quase pôs fim a vida, mas que depois defronta com o Diabo pelas coisas que fez. Uma mescla de amor, ódio, religião, ou seja, uma verdadeira telenovela de emoções.

NOITE DE ALMIRANTE E A SEGUNDA VIDA

Cíntia de Cassia Barone Piano   RA 154161

O conto Noite de Almirante conta a história do marinheiro Deolindo, que três meses antes de iniciar uma viagem, conhece a mulata Genoveva; apaixonados ambos fazem um juramento de fidelidade. Ao regressar Deolindo apresenta um semblante de felicidade na expectativa de rever a amada e de ter com ela a “noite de almirante”, ou seja, uma grande noite nos braços de Genoveva. Porém ao chegar à casa de Genoveva, Deolindo, descobre que a moça estava com outro, morando na Praia Formosa. O marinheiro vai até a Praia Formosa e encontra Genoveva, mas esta se mantém indiferente e distante, fala do amor que sentiu por ele, mas diz que seu coração mudara. Triste e cabisbaixo, Deolindo diz à ela que vai se matar, mas Genoveva não acredita em sua ameaça. No dia seguinte, diante dos amigos e colegas marinheiros, Deolindo apresenta-se com ar de satisfação e felicidade, transparecendo que realmente teve uma noite de almirante, optando por aparentar e não permitindo que sua vergonha fosse exposta aos companheiros.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

"Linha Reta e Linha Curva"

Por: Denise Maria de Almeida RA: 153496


Azevedo e Adelaide são recém-casados. Azevedo sempre foi um homem de muita sorte e sempre teve um bom emprego, uma boa família e um bom casamento. Moradores de Petrópolis. Até que Tito, seu parente, vem passar uma temporada em sua casa, este vem a conhecer Emilia, amiga de Adelaide. Tito, solteirão convicto, diz se um homem que não quer compromisso com ninguém e deseja apenas aproveitar a vida, mas o que ninguém sabe é que, antes de tudo, ele e Emilia já haviam tido um romance e Tito à pediu em casamento, porém esta não aceitou e casou com outro, assim, Tito acreditava ser incapaz de amar novamente.  Na casa de Azevedo, Tito se envolve novamente com Emilia, agora viúva, onde começam um jogo de sedução, disputas e afetos, até que enfim, o casal fica junto revivendo este amor de outrora.

“Confissões de uma Viúva"

Por: Denise Maria de Almeida RA: 153496



Trata-se de um conto onde a protagonista, Eugênia, uma mulher casada, tinha uma vida tranqüila ao lado do marido. Apesar do profundo respeitar por seu marido, ela estava desprovida de sentimentos pelo mesmo, pois seu casamento fora arranjado  por seus pais. Em um evento um desconhecido passa a cortejá-la e logo após passa a enviar correspondência para ela. Sendo assim sua tranqüilidade fica comprometida, pois os sentimentos despertados pelo jovem estranho fazem com que ela reflita sobre o sentido de seu matrimônio. Esse estranho chamado Emílio torna-se amigo de seu marido e passa a freqüentar a casa de Eugênia com certa freqüência e ela passa a desconfiar de que este é o jovem estranho, até que um dia Emílio declara à ela o seu amor,  mas esta o despreza e ordena que ele se retire. Mais tarde, ao saber da saúde debilitada de Emílio, Eugenia percebe seu sentimento por ele e acaba por se declarar.  Ela pensa em fugir com ele, quando seu marido vem a adoecer e vem a falecer.
Por fim, Eugenia imagina poder viver feliz ao lado de Emilio, mas este diz precisar fazer uma viagem e promete voltar, mas a triste realidade para a pobre viúva é que Emilio não retornaria mais por não estar apto a união matrimonial. Esta acaba por desabafar enviando correspondência para sua amiga dizendo estar desiludida.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Evolução

Por: Roberta Barreto

Inácio conhece Benedito em uma viagem para Vassouras. Os dois conversam sobre muitas coisas, entre elas, da evolução do Brasil, em um certo momento, Inácio diz a seguinte frase:
- Eu comparo o Brasil com uma criança que está engatinhando; só começará a andar quando tiver muitas estradas de ferro. Benedito ouve aquilo e fica deslumbrado com o que acabara de ouvir.
Chegando a Vassouras, cada um foi para o lugar destinado, e depois de alguns dias, acabam se encontrando no Rio de Janeiro, onde conversaram muito e trocam notícias.
Benedito se candidata a deputado, e recebe muito apoio de Inácio, sendo que esse, depois de quatro meses viaja para Europa á negócios.
Um dia, andando pela rua Inácio encontra Benedito, que diz sobre sua perda nas eleições, e chegou à Europa para passear. Os dois passeiam muito, e Inácio mostra ao amigo os papéis do projeto de uma estrada de ferro. Inácio fica deslumbrado mais uma vez com a inteligência do amigo.
Eles voltam ao Brasil, mas Inácio fica em Pernambuco por um tempo, depois volta a Londres, e de lá chega ao Rio de Janeiro depois de um ano.
Inácio vai visitar Benedito, esse que já era deputado. E ele pergunta á Inácio como vai á empresa, e esse responde:
- Dentro de dois anos conto inaugurar o primeiro trecho da estrada.
Ele também conta a Benedito algumas particularidades técnicas, mas ele ouve tudo distraidamente e diz a Inácio que irá fazer um discurso dali a alguns dias:
- Está ainda em borrão, explicou - le, mas as idéias capitais ficam. E começa:
No meio da agitação crescente dos espíritos, do alarido partidário que encobre as vozes dos legítimos interesses, permiti que alguém faça ouvir uma súplica da nação. Senhores, é tempo de cuidar exclusivamente — notai que digo exclusivamente — dos melhoramentos materiais do país. Não desconheço o que se me pode replicar; dir-me-eis que uma nação não se compõe só de estômago para digerir, mas de cabeça para pensar e de coração para sentir. Respondo-vos que tudo isso não valerá nada ou pouco, se ela não tiver pernas para caminhar; e aqui repetirei o que, há alguns anos, dizia eu a um amigo, em viagem pelo interior: o Brasil é uma criança que engatinha; só começará a andar quando estiver cortado de estradas de ferro...
Ao ouvir, Benedito não diz nada, apenas fica pensativo, deslumbrado e desvairado diante do abismo que a psicologia rasgava ao seus pés. E foi por ai abaixo,  até ver se achava a explicação dos trâmites porque passou aquela recordação da deligência em Vassouras.

Pílades e Orestes

Por: Roberta Barreto

Esta é a história de Quintanilha e Gonçalves, que se tornam dois grandes amigos na faculdade de advocacia.
Em certo dia, Quintanilha recebe uma herança de seu tio que falecera, mas ele não quer aceitar, pois, isto estava gerando muitas brigas com seus familiares, que ficaram com raiva. Mas, seu amigo Gonçalves o convenceu a aceitar, porém também o aconselhou, pois, muitos familiares queriam se aproximar dele por interesse.
Com isto, um dos parentes de Quintanilha ficou com muita raiva, e começou a comentar com as outras pessoas que a amizade dos dois era muito estranha, e assim, os vizinhos acabaram os apelidando de Pílades e Orestes.
Quintanilha que gosta muito de Gonçalves faz um testamento, que após sua morte irá deixar tudo para o amigo. Ele solicita que Gonçalves deixe guardado seu testamento no seu escritório.
Um dia Quintanilha recebe a notícia que a esposa do seu parente João Bastos, falecera. Ele vai ao enterro, e conhece a filha de João, sua prima Camila. Com isto, cresce nele uma grande admiração por Camila, e então, ele decide pedi - lá em casamento.
Mas antes, ele vai pedir conselho ao grande amigo. Gonçalves diz a Quintanilha para fazer o que ele achar melhor, e devolve o testamento a ele.
Na mesma noite, Quintanilha tira a conclusão que Gonçalves é seu rival, e faz um segundo testamento, deixando tudo a Camila se ele casar-se com Gonçalves. Ela não aceita o testamento, mas aceita Gonçalves. Quintanilha acaba fazendo um terceiro testamento, deixando tudo para Gonçalves.
Desta forma, ele serviu de testemunha do noivo Gonçalves, padrinho dos dois primeiros filhos do casal.
Um dia levando doces para os afilhados, recebeu uma bala que o matou.

Aurora sem dia.

Por: Fabiana Dias dos Santos Corrêa R.A: 152343

Esta é a historia de um moço com nome de Luis Tinoco, tinha uns vinte poucos anos possuía um emprego modesto, morava com seu padrinho que para se manter tinha apenas a aposentadoria; eles se gostavam muito, um dia ele acordou dizendo ser escritor e poeta. Ele produziu um soneto que tinha um grande defeito, possuía cinco versos com silabas demais e outro com silabas de menos o jovem levou sua obra ao Correio Mercantil e ela logo foi publicada.
Tendo em mãos essa obra foi logo mostrar ao seu padrinho que não gostou muito dos versos; o padrinho ligava os poetas a vagabundagem (aos mendigos de rua ). O padrinho se encontrou com Dr. Lemos que tratou de acalmá-lo e ficou de ver as poesias de seu afilhado, logo Luis Tinoco levou-lhe o soneto e outras obras não publicadas, o doutor disse que os versos não os pareciam bons que merecia mais estudo.
O jovem achou que fosse inveja e que se os versos não fossem bons não seriam publicados e ignorou o conselho do amigo de seu padrinho, mais ou menos cinco meses depois ele tinha produzido uma quantia razoável de versos, mais versos sem nenhuma qualidade. Mostra-se claro que o autor quis dizer que qualquer um pode escrever e ter suas obras publicadas, mais se essas vão ter algum valor no mercado é outra historia.
Devemos antes de tudo ter os pés no chão, toda obra deve ser digna de muito estudo para que essa tenha qualidade e para que possa agradar bons leitores.

Ernesto de Tal

Por: Fabiana Dias dos Santos Corrêa R.A: 152343

  Esta história de um moço chamado Ernesto de Tal, pois quem escreveu não está autorizado a dizer o sobrenome do rapaz, ele não tinha dinheiro, mas tinha um amor profundo por sua namorada Rosina entre esse namoro surge outro pretendente e que se chamava rapaz de nariz comprido, Rosina tinha o intuito de se casar seja com um ou com outro, Rosina era elegante, graciosa, viva e travessa, tinha dois espertos olhos, caçadores que não enganavam a ninguém exceto os pretendentes.
  Eles namoravam a um, três meses, já vinham desconfiando dela, mas a menina conseguia dobrá-lo com muita facilidade. E Ernesto fingia que acreditava nela, pois confesso que não existia ninguém tão tolo assim!
  Mas para piorar a situação Rosina conhece esse rapaz de nariz comprido que lhe parece mais promissor que Ernesto quanto a casamento, ela queria se casar, mas queria se casar bem, assim ela correspondia a todas as investidas, pensando em escolher o melhor. Ela manteve um flerte com os dois jurando fidelidade aos dois.
   Ernesto se desesperava ao imaginar que pudesse haver outro na vida de Rosina e resolve tirar satisfações. Após uma longa conversa eles descobrem toda a verdade que os dois estavam sendo enganados e decidem se vingar mandaria os dois uma carta de rompimento ao mesmo tempo e com o mesmo teor. Os dois ficaram amigos e Rosina foi largada.
  Rosina ainda teve uma idéia após um mês do termino do namoro Rosina envia uma carta a Ernesto, bobo como sempre, ela conseguiu o que ela queria. Em três meses eles se casaram, mas os dois rapazes não acabaram a amizade. Ele ate foi o padrinho de um dos filhos do casal.