Liliana Almeida – RA: 152566
Os contos Histórias sem Data foram publicados (possivelmente) em 1884. Nestes contos, assim como em outras obras machadianas, o autor traz como característica forte a análise psicológica dos personagens. E assim, desta forma, os personagens vão crescendo e criando uma densidade que deixa confuso os leitores, pois que, embora apresentado algumas questões simples, suas histórias são impregnados de complexidade quanto ao comportamento do homem enquanto ser humano.
Entretanto, diante de toda esta constrangedora situação que fazia aflito o espírito de cada credor, havia um fato oculto a todos que fora descoberto, e, também anunciado, pelo bondoso e sábio Dr.Jeremias. É que o Tomé Gonçalves sofria de uma doença especial; sofria de lapso de memória. Por esta razão, segundo explicação do Dr. Jeremias, é que ele não pagava as dívidas; não era por descuido ou de propósito que ele deixava de saldar as contas, mas porque esta idéias de pagar, de entregar o preço de uma coisa havia “evaporado” de sua mente. Mas, que esta doença tinha cura através de uma droga curativa já aplicada com sucesso anteriormente.
Porém, o Dr. Jeremias Halma dispunha, também, de um arsenal teórico e de um método terapêutico que não mais se referiam às questões do corpo e sim visavam à exploração da alma. Desta forma, o paciente foi progressivamente induzido a reconhecer sua “falta” através da exposição direta a situações de “choque”. Portanto, com seu melhoramento terapêutico, restituiu a saúde do Tomé Gonçalves e este restituiu todas as suas dívidas. A droga teve um funcionamento genérico, de recuperação “abstrata da memória”, mas o que deu resultado concreto, o que levou à cura efetiva, com o pagamento das dívidas, foi a ação do médico junto ao doente.
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