quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O Caso da Vara

Por: José Carlos Martins


RA: 165246

 
Realismo: A ficção realista apresenta com fidelidade a cena, a história, os personagens, usando elementos que são tirados da própria realidade. O escritor reproduz todos os fatos, relatando pormenores, a partir da observação e documentação, explorando todos os dramas do existencialismo humano e problemas épicos. O que se retrata nos resumos a seguir:

O Caso da Vara

Em meados de 1850, Damião, um garoto que se encontrava no interior de um seminário, obrigado por seu pai, foge desesperado, sem saber ao certo para onde ir. Se fosse à casa do pai, ele devolvê-lo-ia ao seminário, após o castigo merecido. Em meio a tantas turbulências dos seus pensamentos, pensou na hipótese de ir à casa do seu padrinho João Carneiro, mas essa idéia se desfez logo, pois, o padrinho era um homem de poucas atitudes e não faria muito para ajudá-lo. Só então acudiu à idéia a lembrança de uma viúva chamada Sinhá Rita, “amiga” íntima de João Carneiro. Sabendo dessa “amizade”, tratou logo de tirar proveito da situação.

Sinhá Rita fica assustada com a chegada inesperada de Damião. Ele logo se explica, dizendo que queria ajuda para escapar ao seminário. Sinhá vivia de ensinar a fazer rendas, crivo e bordado. Enquanto Damião se explicava o motivo de não querer mais ficar lá, ela ordenou às garotas para continuarem trabalhando.

Diante às súplicas do rapaz, Sinhá Rita não sabe o que fazer. Mas tem que fazer algo para ajudá-lo. Foi então que ela o perguntou por que ele não iria ter com o padrinho João Carneiro. Damião diz que ele não é capaz de fazer nada. Ela toda cheia de si, ressalta que vai mostrá-lo se João Carneiro a atende ou não. Em seguida pede a um moleque para ir à casa dele e dizê-lo que queria lhe falar urgente.

Nesse momento, eles começam a contar anedotas, fazendo rir a uma das criadas, que esquecera do trabalho para dar atenção às estórias do garoto. Sinhá Rita ameaça a criada Lucréia com uma vara, caso ela não termine o trabalho por motivo dessa distração. Damião estava ciente de que se a menina não terminasse a tarefa até à noitinha, receberia o castigo costumeiro, ou seja, apanharia com uma vara. Damião pensou consigo: “caso ela não termine a tarefa, vou apadrinhá-la”, pois, o motivo do atraso foi por causa das anedotas.

À noite, o escravo de João Carneiro aparece com uma carta, para Sinhá Rita. A negociação ainda não estava concluída, pois o pai de Damião não aceitara a atitude do filho. Ao ler a carta, o rapaz fica sem esperanças. Ela respondeu à carta dizendo: “Joãozinho, ou você salva o moço, ou nunca mais nos vemos”.

Ao chegar a hora de recolher os trabalhos, todas as criadas tinham terminado, com exceção de Lucréia. A Senhora ficou furiosa e pediu para Damião ajudá-la, pegando-lhe a vara que estava à cabeceira da marquesa. Ele ficou desesperado, pois tinha prometido a si mesmo que não deixaria isso acontecer com a menina. A negrinha implorou pelo seu auxílio. Ele ficou com pena, mas, se a ajudasse, não sairia do seminário.

Nota-se o jogo de interesses neste conto. Por um lado, João Carneiro vê-se na obrigação de cumprir o mandado de Sinhá Rita, pois, caso não o faça, ficará privado do caso amoroso. Já Damião vê-se obrigado a cumprir também as ordens de Sinhá, ou ela não o tirará do seminário.

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