quarta-feira, 8 de setembro de 2010

As Academias de Sião

Por: Luana

No conto fantástico, As Academias de Sião, Machado se utiliza de situações alegóricas para explicar as mesmas, e esse recurso sempre muito utilizado pelo autor para explicar suas intenções que, nesse conto é satirizar as academias literárias e científicas, tão em voga em fins do século XIX, mas o conto torna-se mais efetivo na situação prática vivida pelos protagonistas da obra.


Os personagens principais resolvem “trocar” de sexo: um rei passa a ser mulher e uma rainha assume o papel masculino dentro do conto.

Nesse conto Machado de Assis tem o objetivo de entender a problemática do comportamento humano, como essa troca de identidade entre a princesa Kinara e o rei Kalapanko, onde o autor mostra a cruel ambição do indivíduo pelo poder. Por um lado, o texto mostra a morte como inevitável e, a falsidade caracteriza a verdadeira quebra da lucidez, das coisas esclarecidas. Nesse plano surgem idéias de sentimentos sob os quais o mundo é regido.

Kinara, em corpo de rei, transcende as emoções humanas e descobre que mesmo aqueles a quem se eleva com valores de notoriedade, sugerem controvérsias quando o assunto é virtude. Machado, com muita sutileza, ao “unir” corpo e alma, derruba valores sociais para exaltar o pensamento humano: a hipocrisia, a mentira, a injúria, a falsidade e a traição.

U – Tong, também personagem do conto denuncia a todos como pulhas do reino (mentirosos), ele também o é, pois está tão inserido no contexto social quanto os outros. O texto mostra como entender das transformações que ocorrem no coração daqueles que, quando têm a oportunidade de exercerem o poder, se tornam mandatários.

Machado de Assis mistura ficção e realidade num jogo sedutor de idéias ao trazer as figuras do rei e da rainha nessa legitima história de contradições humanas.

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