sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Virginius

Por: Heliade Stirbolo

    Virginius transcorre no período das festas de São João de um ano não encontrado da década de 1850. O narrador recebe um bilhete pelo correio, o bilhete é de autoria desconhecida, trata-se de um convite: o advogado que narra a história é chamado para defender um tal de Julião, réu de um processo numa vila distante a alguns dias de viajem do Rio de Janeiro. A curiosidade do advogado é mais forte que a desconfiança em relação à letra anônima , se consolida em solução definitiva: um romance daquele misterioso e anônimo bilhete. Na vila ,ao amigo que hospeda o narrador enuncia: “ creio que há um romance para desvendar”. E o amigo reconhece a letra do bilhete. O autor do bilhete e do pedido é o velho Pio, um fazendeiro cortês, mediador de conflitos ,generoso na convivência com seus escravos.
   Quando é informado de antemão pelo amigo de que o réu Julião ,um dos protegidos da fazenda de Pio, é inocente o advogado ,leitor de um romance atrás do outro ,tem sua curiosidade “excitada ao último ponto

                           Os autos não me tinham tirado o gosto pelas novelas ,e eu achava-me                                                        feliz por tem encontrado no meio da judiciária , de que andava cercado ,  um assunto digno da pena de um escritos                                                                                   
                             
    Depois da visita a fazenda de Pio , o advogado se dirige à cadeia da vila para interrogar Julião. Julião fala sobre as afeições de infância entre sua filha , Elisa , órfã de mãe , e Carlos filho do Pio , e sobre como Carlos se afasta da fazenda para estudar e volta bacharel. O Carlos que volta não é o mesmo de antes , e suas condutas ,atividades e preferências todas fora de qualquer contato com os livros ,arruínam as expectativas de sua pai.  Segue a narrativa do advogado:
                            O que o magoava sobre tudo é que o filho bacharel não buscasse os livros, onde pudesse ,procurando novos conhecimentos , entreter uma necessidade indispensável para o gênero da vida que ia encertar. Carlos não tinha mais uma ocupação e uma distração: a caça. Levava dias e dias a correr o mato em busca de animais para matar, e nisso fazia consistir todos os cuidados, todos os pensamentos, todos os estudos.
    Certo dia Julião flagra a filha chorando e ,por insistência obtém dela a confissão de que Carlos dizendo-se apaixonado , está tentando seduzi-la com certa brutalidade apreensivo com as más intenções de Carlos ,Julião faz ele prometer que deixará Elisa em paz. Quinze dias depois , Julião chega em casa e encontra Carlos , e Carlos está em última analise violentando Elisa .Os capangas de Carlos amarram Julião , mesmo amarrado o pai mata a filha com duas facadas no peito , para salva-la da desonra.
   O advogado sai da cadeia alvoroçado: Não era romance ,era tragédia o que acabava de ouvir .
   No julgamento, com a defesa convicta do advogado , com o apoio moral e financeiro de Pio e com os jurados que tinham ouvido a lei ,e, igualmente ,talvez , o coração Julião é condenado a moderados dez anos de prisão. A história se fecha com o castigo ; Pio inflige ao filho que desprezou os livros uma rotina tanto punitiva.
    Carlos agora e soldado.
      Julião ,tendo já cumprido sua sentença vive na fazenda de Pio, Pio não quis que ele voltasse ao local onde ocorreu os fatos, e faz residir perto de si.O velho fazendeiro que recolheu as cinzas de Elisa em uma urna, onde ambos oram todas as semanas, na fazenda fala-se sempre de Elisa nunca de Carlos , Pio e o primeiro a não magoar o coração de Julião com as lembranças daquilo que o levou a matar sua filha.

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