sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A TEORIA DO MEDALHÃO

Por: Francisco Heraldo B. Felipe

Ao termino do jantar de aniversário de seu filho que completa 21 anos e atinge a maioridade, o pai começa uma conversa falando que na vida uns são conhecidos (e reconhecidos), ficando a maioria como anônimos. Nesta conversa o pai fala ao filho que vai lhe ensinar uma profissão para recompensar o esforço durante a vida, caso as outras profissões não dessem certo.
Durante a conversa o pai explica ao filho o ofício de medalhão, e o aconselha, a moderar os impulsos, para que aos quarenta e cinco anos, a idade em que o pai diz que o medalhão se manifesta (alguns com mais e outros com menos), nele se manifeste também.    O pai diz que na carreira de medalhão, deve se abster de ter idéias, não tendo idéias próprias, e que com a chegada idade pode acontecer delas começarem a surgir, mas que ele pode evita-las jogando bilhar, lendo retóricas, realizando passeios na rua, desde que seja acompanhado para que a solidão não dê margem a idéias e diz ainda que o medalhão pode ir também a uma livraria, para contar uma piada, um caso, um assassinato, mas não para realizar uma leitura, caso a pessoa realize essas tarefas pode em até dois anos reduzir bastante o intelecto.
O pai segue dizendo ao filho que ele evite enfeitar sua fala e escrita, mas que sempre use frases feitas para evitar problemas. O filho revela ao pai que não gosta de processos modernos, o pai por sua vez responde que acha louvável que se fale sobre a modernidade, mas que condena quem a aplica.
É revelado pelo pai que caso o medalhão escreva um tratado cientifico que este o divulgue em um jantar convidando a impressa e pessoas influentes para que a noticia se espalhe, pois a conseqüência disso é que com o tempo tornar-se conhecido e passar ele então a ser chamado para festas e virá a ser uma figura indispensável nelas.
O filho, indaga ao pai, se não deve ter nenhuma imaginação ou filosofia, o pai por sua vez responde que não, mas que deve se saber falar sobre "filosofia da história", mas não sabê-la, devendo-se fugir a tudo que leve à reflexão.
Vendo que já é meia noite, o pai pede ao filho para que vá dormir e pense bem no que foi conversado.



Nenhum comentário:

Postar um comentário