segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Contos Fluminenses - "Luis Soares" - Resumo

Professor Rubens Moraes de Souza


Aluna: Cátia Rangel de Oliveira – RA 151470

Luis Soares era o típico boêmio do século XIX, seu lema? Trocar o dia pela noite. Possuidor de uma grande fortuna deixada pelo falecido pai, este rapaz, Luis Soares viveu a vida da maneira mais regalada e próspera possível, esbanjava suas riquezas nas noites cariocas, e vivia cercado de amigos gastadores.


Soares não era leigo, é certo dizer que ele não lia jornais, e que detestava religião, política e poesia, entretanto, sabia que disto, também dependia um homem para viver bem. Nada era suficientemente grande para Luis Soares, ele olhava para todas as coisas com a mesma indiferença que olhava para uma mulher feia. Também não era dado a amores e paixões.

Sua força era fundamentada na grande fortuna que possuía, mas achou-se pobre quando menos imaginou. Um belo o criado lhe trouxera uma carta do banco e insistiu que lesse, uma vez que ele não dava importância a nenhum tipo de correspondência, Soares hesitou em lê-la, mas por muita insistência do criado resolveu ler. A carta dizia que o rapaz estava pobre, que possuía não mais que seiscentos contos de réis, e para ele, seiscentos contos era o mesmo que nada. Pela primeira vez em sua vida Luis Soares se comoveu, a idéia de ser pobre e ter de trabalhar era para ele ainda pior que a morte.

Orientado pelo amigo José Pires, procurou a ajuda do tio, o Major Luís da Cunha Vilela, homem de grandes posses, porém já velho e adoentado. O Major não era do tipo receptivo e carinhoso, e Luis Soares, em contrapartida não era um familiar exemplo, destes que freqüentam festas, quem mandam mensagens em datas festivas ou coisas assim, ao contrário, Soares era um jovem oportunista e egoísta, que procurara o tio apenas para tirar proveito por estar em situação financeira precária.

O Major vivia em uma grande mansão, acompanhado de duas parentas, uma delas era a sobrinha Adelaide, moça que no passado fora apaixonada por este Luis Soares que a rejeitou por achar a herança da moça de 30 contos de réis muito baixa para levá-lo ao suplício do casamento. Quando o velho recebeu o anúncio da visita do sobrinho, achou que fosse algum tipo de brincadeira, pois não era do feitio de Soares fazer visitas familiares.

Enquanto o Major se aprontava para recebê-lo, Soares pensava no melhor jeito de convencer o tio, não sabia se deveria ser sincero, dramático, emotivo. Quando o tio apareceu na sala, direcionou um olhar severo e interrogador, e ele rapidamente estendeu a mão com um gesto cortês, sem maiores peripécias. Imediatamente confessou ao tio que houvera pecado em toda a sua maneira leviana de viver e gostaria de se redimir, arranjando um emprego e trabalhando duro para se recompor. O tio, no fundo duvidou do arrependimento do rapaz, mas lhe deu uma chance, como um filho pródigo de iniciar uma nova vida.

Soares passou a freqüentar assiduamente a casa do tio, e a trabalhar como secretário com um bom ordenado. Mesmo odiando assuntos parlamentares, o rapaz, a pedido do tio envolveu-se com a política. Isto não quer dizer que Soares passara a amar o tio e a afeiçoar-se dele, como já fora dito antes, ele era um jovem oportunista, e tentava com tudo isto, agradar ao tio que já estava velho, imaginando que tão logo morresse, e ele ficaria herdeiro de toda fortuna.

A presença de Soares na mansão incomodava sobremaneira Adelaide, a moça houvera sido desprezada pelo rapaz no passado, e passara muito tempo o odiando, mas agora com a sua presença a rodeando diariamente, o amor que a moça sentia por ele voltou fortemente. Tanto Soares quanto o Major sabiam dos amores da moça. Soares não ficara feliz em saber que novamente a moça o amava, primeiro porque ele não se afeiçoava pela moça, segundo porque sabia que se o tio lhe pedisse para aceitá-la ele o faria, com medo de desobedecê-lo e perder a herança.

O que Luis Soares temia aconteceu, seu tio, o Major Luís da Cunha propusera o casamento entre os dois jovens. Soares tentou hesitar, alegando que o casamento exige amor mútuo, e que ele não amava a moça, mas não convenceu ao velho Major. Soares prometeu ao tio que tentaria uma aproximação com a moça, e se lhe despertasse amor, pediria a mão da moça.

Um belo dia pela manhã o Major recebeu uma carta de seu amigo Anselmo Barroso de Vasconcelos, um fazendeiro rico, veterano da independência, dizendo que o visitaria. O Sr. Anselmo havia sido amigo íntimo do pai de Adelaide, e o acompanhara até a hora da morte. Chegando a casa do Major, o Sr. Anselmo solicitou uma audiência com toda a família presente, nesta audiência contou que no leito de morte, o pai de Adelaide deixara com ele uma carta, a qual deveria ser lida dez anos depois de sua morte, momento quando Adelaide já seria uma mulher.

Pois bem, em 15 de Dezembro a audiência foi realizada, e Anselmo revelou o conteúdo da carta, o pai de Adelaide deixara uma grande fortuna de 300 contos de réis para a moça, e impunha-lhe a condição de recebê-la, casando-se com o primo Luis Soares, caso contrário toda a fortuna pertenceria a Anselmo. Todos se espantaram muito com as revelações, e Soares, com certeza, estava prestes a explodir de tanta felicidade, mas a decisão estava à mercê da moça apaixonada.

Adelaide pensou por alguns dias, recebeu os repentinos cortejos de Luis Soares, mas agiu com a razão, o primeiro passo foi humilhar o rapaz, rejeitando com dureza suas tentativas de cativá-la e o segundo passo foi rejeitar o casamento e a fortuna, preferindo viver dignamente a falta de um falso amor que se compraria com uma grande fortuna. O Sr. Anselmo entendeu os motivos da moça, e mesmo tendo ela rejeitado o casamento resolveu conceder-lhe a fortuna deixada pelo pai. A moça viajou para outro continente com o tio e a outra parenta, deixando na miséria Luis Soares, que por não suportar a idéia da pobreza e a humilhação por ter sido rejeitado pela moça, suicidou-se.

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